quinta-feira, 24 de novembro de 2011

SUPREMO TRIBUNAL BRASILEIRO LIBERA MANIFESTAÇÕES PELA LEGALIZAÇÃO DAS DROGAS

Brasília - O Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou hoje que estão liberadas as marchas a favor da legalização das drogas. Mas deixou claro que isso não significa a autorização para o consumo de entorpecentes. Os ministros atenderam a um pedido da vice-procuradora-geral da República, Deborah Duprat, para que fosse excluída a possibilidade de criminalização da defesa da legalização de drogas em eventos públicos.

Os integrantes do STF afirmaram que movimentos como a Marcha da Maconha são legítimas formas de reunião para manifestação de pensamento desde que sejam pacíficos, não incentivem o consumo de entorpecentes e não haja consumo de drogas.
O relator da ação no STF, Carlos Ayres Britto, afirmou que o direito de reunião atende a dois princípios da democracia: o pluralismo e a transparência. "Quem quer que seja pode se reunir para o que quer que seja desde que o faça de forma pacífica", disse.
Em junho, o plenário do STF já havia liberado a realização da Marcha da Maconha. Na ocasião, o Supremo concluiu que a Constituição Federal protege os direitos de reunião e de livre expressão que garantem a realização de mobilizações como as marchas favoráveis à descriminalização das drogas.
O ministro Gilmar Mendes disse que era necessário esclarecer que essa liberdade de reunião tem limites. Ele exemplificou essa necessidade citando a pedofilia. Mendes questionou se seria possível liberar uma reunião na Praça dos 3 Poderes, em Brasília para debater a descriminalização da pedofilia.
"É impossível sustentar-se a liberdade de reunião quando a descriminação da conduta signifique uma autorização de atos ofensivos a direitos fundamentais e a condições básicas de convivência ética e democrática", afirmou o presidente do STF, Cezar Peluso.

Leia mais em:http://exame.abril.com.br/economia/noticias/liberadas-marchas-a-favor-da-legalizacao-das-drogas--2


Plenário do STF

sábado, 5 de novembro de 2011

APOIO AOS ALUNOS DA USP

Rebeldes Desconhecidos enfrentando "cumpridores de ordens".

Para os jovens que não conhecem a história: Esses tanques estavam rumando para a Praça da Paz Celestial onde ESTUDANTES protestavam contra a repressão e a favor da democracia!

Para os militares chineses não passavam de "moleques baderneiros", "rebeldes sem causa", "esquerdistas". Alguma semelhança???
 


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By: USERS GROWROOM

O HEMPABRASIL vem através desta nota manifestar seu apoio a todos os jovens que estão tentando lembrar a este país que vivemos em uma sociedade democrática, ou pelo menos era pra ser assim, e solicitar aos policiais que não usem de violência de forma alguma, lembrem-se senhores policiais que são apenas jovens estudantes manifestando suas opiniões e não criminosos então reflitam um pouco antes de cumprir ordens dadas.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Cineasta aponta complô histórico por criminalização da maconha

A maconha só passou a ser criminalizada após uma campanha difamatória arquitetada por empresários americanos das indústrias petroquímica, farmacêutica e celulose na década de 1930, com a conivência de banqueiros e do governo dos Estados Unidos. Essa é a tese mais polêmica do documentário “A Verdadeira História da Marijuana”, em cartaz na 35ª. Mostra Internacional de Cinema de São Paulo a partir desta sexta (28).

     Em seu filme, o diretor e roteirista Massimo Mazzucco tenta provar ao espectador que o cânhamo é a matéria-prima com a maior possibilidade de usos industriais e medicinais e, por isso, teria sido boicotada no início do século passado.

      Liderada pelo empresário americano William Randolph Hearst, figura que inspirou Orson Welles no filme “Cidadão Kane”, a ofensiva teria evitado que o vegetal substituísse a madeira, o algodão e o petróleo no mercado.

       O documentário ainda acusa o banqueiro Andrew William Mellon, financiador de Hearst, a escolher, com interesses econômicos, a Harry J. Anslinger para chefiar a então recém-criada Agência Federal de Narcóticos (FBN). Será ele o maior algoz da maconha, amparado pelos mais de 30 jornais e revistas que Hearst colocou à disposição para a batalha.

       Será nessa época cunhado o termo “marijuana”. Segundo o filme, o cânhamo já era conhecido por suas qualidades terapêuticas e propriedades têxteis. Sustenta-se, até, que a própria Constituição americana foi escrita em papel dessa origem. Aslinger, portanto, usou o nome em espanhol por dois motivos: para desassociar a droga da matéria-prima e aproximar a primeira dos imigrantes mexicanos.

       Não por acaso, quando finalmente conseguiu enquadrar legalmente a marijuana como droga, em 1937, e eliminar seu cultivo para demais finalidades, Anslinger foi acusado de um elevado grau de preconceito. O oficial dizia que a maioria dos fumantes de maconha era formada de “negros, hispânicos, filipinos e artistas” e que seu uso “faria moças brancas ter relações sexuais com eles”.

      Massimo Mazzucco, no entanto, não traz às telas apenas os bastidores do complô, que conseguiu um evidente sucesso. O diretor também compila uma série de entrevistas, algumas de noticiários, outras realizadas por ele mesmo, para mostrar os supostos benefícios da maconha nos seus mais diferentes usos.

      Na questão medicinal, dá voz a pacientes com câncer que tiveram remissão da doença alegadamente graças ao uso de remédios à base do cânhamo. Ao mesmo tempo, recorre a pesquisas para mostrar como o espectro de componentes existentes na planta atuam no organismo, agindo no combate a diabetes, esclerose, psicose, inflamações, entre outras doenças.
 
    Embora seja didático, o diretor peca em não colocar informações imprescindíveis para o acompanhamento claro de seu projeto. Parte das entrevistas não é datada – fica a cargo do espectador determinar sua época pelo figurino - e torna-se difícil relacionar a qual estudo ou depoimento determinados gráficos e conclusões se referem, em meio ao mosaico montado.

     O documentário alerta, no entanto, que não se pode simplesmente sair por aí fumando um baseado. A produção e administração são distintas para cada uso e o potencial de efeito depende de variáveis, muitas ainda em pesquisa. Mazzucco busca, aqui, não apenas apoio à descriminilização, mas uma retratação histórica à maconha.

Fonte: Cineweb
 
 

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Presidente colombiano defende liberação da maconha.

Santos fala sobre os esforços do país no combate às drogas e defende que medida iria levar à redução da violência.

Por Mikael Jensen, do Metro World News

     Um dos mais destacados inimigos das drogas pede ao mundo que endureça ainda mais este combate. O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, quer que os líderes mundiais adotem medidas mais fortes e coordenadas no enfrentamento contra os traficantes e o uso de drogas pesadas, como cocaína e heroína. Em entrevista exclusiva ao Metro, Santos diz que legalizar drogas leves, como a maconha, pode ser um passo à frente, desde que a medida seja adotada globalmente.

     “O mundo precisa discutir novas abordagens. Basicamente, ainda pensamos dentro dos mesmos paradigmas em que estivemos inseridos nos últimos 40 anos. Precisamos de muito mais cooperação e comprometimento – não apenas da América Latina, mas também da Europa e Estados Unidos. Eles (americanos e europeus) tendem a negligenciar a importância desse crime e isso diminui a nossa efetividade”, reclama.
     “Precisamos insistir em mais ações multinacionais sobre o tráfico internacional de drogas e inovar as maneiras de enfrentar este problema”, diz.

Maconha

     “Você acredita que a legalização de drogas leves pode ser um caminho?”, pergunta o Metro. “Sim, isso poderia ser uma resposta, desde que todos façam isso ao mesmo tempo”, responde.
     Perguntado se apoiaria esta medida, a resposta é imediata: “Se o mundo inteiro fizer o mesmo, sim". O presidente sabe, no entanto, que o tema é polêmico. “Alguém precisa dar o primeiro passo, e este não serei eu. Trata-se de um problema de segurança nacional. O tráfico de drogas é o que financia a violência e os grupos irregulares no nosso país. Eu seria crucificado se decidisse tomar o primeiro passo”, justifica.
     Enfrentar as drogas e os cartéis que fornecem cocaína e outras drogas pesadas ao mundo a partir da Colômbia têm sido as prioridades de Santos desde que assumiu o poder, em agosto do ano passado. A Colômbia enfrenta essa guerra em nível nacional, mas os cartéis e gangues se espalharam por outros países da América Latina.

     “Nós, provavelmente, somos o país que mais sofreu com esses criminosos. No entanto, agora exportamos o nosso conhecimento em como enfrentar o tráfico de drogas para nossos vizinhos no México, América Central e Caribe”.

Segurança nacional

     Santos ainda comenta que, na Colômbia, a droga é um problema de segurança nacional. “Em outros lugares, isso é apenas uma questão de saúde e crime. Precisamos olhar para todos os componentes, mas de forma integrada.”
     Nos últimos anos, a Colômbia conseguiu importantes progressos na luta contra os cartéis de drogas, como a prisão e condenação dos irmãos Orejuela, fundadores do Cartel de Cali, em 2006.
 

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

O fim da guerra ao verde - Por Nelson Motta em O GLOBO 21/11/11

     O Gallup informa: metade dos americanos adultos é favorável à legalização da maconha. Mas 46% continuam contra, a maioria republicanos, conservadores, mulheres e mais velhos. Em 1969, o apoio era de 12%, em 2000 passou a 31%, foi para 40% em 2009 e dois anos depois chega a 50%, mostrando que a questão é só de tempo, na marcha inexorável até a legalização final. Por referendos, a Califórnia e mais 15 estados já regularizaram o "uso medicinal" com controles e limites, cobrando impostos. Basta uma receita médica de "stress" para ganhar um cartão de usuário. A polícia sabe quem compra, quanto, e onde. É o eufemismo de uma "legalização branca", verde no caso, uma hipocrisia necessária para ajudar a sociedade a aceitar a inutilidade da guerra perdida. Um golpe mortal no tráfico local e uma preocupação a menos para a polícia e o judiciário.

     Bill Clinton e Fernando Henrique Cardoso têm bons motivos e muita coragem para enfrentar esse tema antigo, polêmico e perigoso, mas urgente. Nos Estados Unidos, o aumento da aprovação popular já atrai o apoio de muitos políticos em busca de votos, mas no Brasil, bem mais conservador, é diferente. Imaginem se nas últimas eleições Dilma ou Serra assumissem a mesma posição de FHC? Seria um suicídio eleitoral. A direita e a esquerda religiosas os destruiriam entre os católicos, protestantes e evangélicos. Como aqui ninguém quer perder votos, o assunto é evitado. Mas terá que ser discutido depois que os Estados Unidos legalizarem a erva que 7% da sua população maior de 15 anos consomem regularmente, segundo a mesma pesquisa.

     É um pequeno avanço de uma longa marcha contra o preconceito, a intolerância e a hipocrisia. A guerra jamais conseguiu diminuir o consumo, o tráfico e os crimes a ele relacionados. Mas ao mesmo tempo crescem assustadoramente as vítimas de crack, cocaína, heroína, ecstasy, anfetaminas, barbitúricos e analgésicos, que provocam dependências pavorosas, degradam e matam. Menos tóxica que o tabaco, o álcool e os remédios, a maconha será uma alternativa mais leve e natural, ou uma porta de entrada para drogas pesadas? O tempo dirá.