terça-feira, 25 de outubro de 2011

Presidente colombiano defende liberação da maconha.

Santos fala sobre os esforços do país no combate às drogas e defende que medida iria levar à redução da violência.

Por Mikael Jensen, do Metro World News

     Um dos mais destacados inimigos das drogas pede ao mundo que endureça ainda mais este combate. O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, quer que os líderes mundiais adotem medidas mais fortes e coordenadas no enfrentamento contra os traficantes e o uso de drogas pesadas, como cocaína e heroína. Em entrevista exclusiva ao Metro, Santos diz que legalizar drogas leves, como a maconha, pode ser um passo à frente, desde que a medida seja adotada globalmente.

     “O mundo precisa discutir novas abordagens. Basicamente, ainda pensamos dentro dos mesmos paradigmas em que estivemos inseridos nos últimos 40 anos. Precisamos de muito mais cooperação e comprometimento – não apenas da América Latina, mas também da Europa e Estados Unidos. Eles (americanos e europeus) tendem a negligenciar a importância desse crime e isso diminui a nossa efetividade”, reclama.
     “Precisamos insistir em mais ações multinacionais sobre o tráfico internacional de drogas e inovar as maneiras de enfrentar este problema”, diz.

Maconha

     “Você acredita que a legalização de drogas leves pode ser um caminho?”, pergunta o Metro. “Sim, isso poderia ser uma resposta, desde que todos façam isso ao mesmo tempo”, responde.
     Perguntado se apoiaria esta medida, a resposta é imediata: “Se o mundo inteiro fizer o mesmo, sim". O presidente sabe, no entanto, que o tema é polêmico. “Alguém precisa dar o primeiro passo, e este não serei eu. Trata-se de um problema de segurança nacional. O tráfico de drogas é o que financia a violência e os grupos irregulares no nosso país. Eu seria crucificado se decidisse tomar o primeiro passo”, justifica.
     Enfrentar as drogas e os cartéis que fornecem cocaína e outras drogas pesadas ao mundo a partir da Colômbia têm sido as prioridades de Santos desde que assumiu o poder, em agosto do ano passado. A Colômbia enfrenta essa guerra em nível nacional, mas os cartéis e gangues se espalharam por outros países da América Latina.

     “Nós, provavelmente, somos o país que mais sofreu com esses criminosos. No entanto, agora exportamos o nosso conhecimento em como enfrentar o tráfico de drogas para nossos vizinhos no México, América Central e Caribe”.

Segurança nacional

     Santos ainda comenta que, na Colômbia, a droga é um problema de segurança nacional. “Em outros lugares, isso é apenas uma questão de saúde e crime. Precisamos olhar para todos os componentes, mas de forma integrada.”
     Nos últimos anos, a Colômbia conseguiu importantes progressos na luta contra os cartéis de drogas, como a prisão e condenação dos irmãos Orejuela, fundadores do Cartel de Cali, em 2006.
 

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