sexta-feira, 21 de outubro de 2011

O fim da guerra ao verde - Por Nelson Motta em O GLOBO 21/11/11

     O Gallup informa: metade dos americanos adultos é favorável à legalização da maconha. Mas 46% continuam contra, a maioria republicanos, conservadores, mulheres e mais velhos. Em 1969, o apoio era de 12%, em 2000 passou a 31%, foi para 40% em 2009 e dois anos depois chega a 50%, mostrando que a questão é só de tempo, na marcha inexorável até a legalização final. Por referendos, a Califórnia e mais 15 estados já regularizaram o "uso medicinal" com controles e limites, cobrando impostos. Basta uma receita médica de "stress" para ganhar um cartão de usuário. A polícia sabe quem compra, quanto, e onde. É o eufemismo de uma "legalização branca", verde no caso, uma hipocrisia necessária para ajudar a sociedade a aceitar a inutilidade da guerra perdida. Um golpe mortal no tráfico local e uma preocupação a menos para a polícia e o judiciário.

     Bill Clinton e Fernando Henrique Cardoso têm bons motivos e muita coragem para enfrentar esse tema antigo, polêmico e perigoso, mas urgente. Nos Estados Unidos, o aumento da aprovação popular já atrai o apoio de muitos políticos em busca de votos, mas no Brasil, bem mais conservador, é diferente. Imaginem se nas últimas eleições Dilma ou Serra assumissem a mesma posição de FHC? Seria um suicídio eleitoral. A direita e a esquerda religiosas os destruiriam entre os católicos, protestantes e evangélicos. Como aqui ninguém quer perder votos, o assunto é evitado. Mas terá que ser discutido depois que os Estados Unidos legalizarem a erva que 7% da sua população maior de 15 anos consomem regularmente, segundo a mesma pesquisa.

     É um pequeno avanço de uma longa marcha contra o preconceito, a intolerância e a hipocrisia. A guerra jamais conseguiu diminuir o consumo, o tráfico e os crimes a ele relacionados. Mas ao mesmo tempo crescem assustadoramente as vítimas de crack, cocaína, heroína, ecstasy, anfetaminas, barbitúricos e analgésicos, que provocam dependências pavorosas, degradam e matam. Menos tóxica que o tabaco, o álcool e os remédios, a maconha será uma alternativa mais leve e natural, ou uma porta de entrada para drogas pesadas? O tempo dirá.
 

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Metade de americanos apoia legalizar uso da maconha, diz pesquisa

Índice é o maior já registrado no país, segundo o Gallup.
Para 46% dos entrevistados, substância deve continuar proibida.

Metade dos norte-americanos é favorável ao uso da maconha, segundo uma pesquisa Gallup divulgada na segunda-feira (17). É o maior índice já registrado, o que pode aumentar a pressão pela alteração das leis sobre a droga nos Estados Unidos.
A pesquisa mostra um apoio maior à legalização entre liberais e entre menores de 30 anos - mais de 60% em ambas as categorias. Entre os maiores de 65 anos, só 31% aprovam a legalização.
'O apoio à legalização da maconha tem crescido ao longo dos últimos anos, chegando a 50% hoje, o máximo já registrado', disse o sumário da pesquisa.
Para 46% dos entrevistados, a maconha deve continuar proibida.
'Se esta tendência atual de legalizar a maconha continuar, a pressão pode crescer até que as leis da nação sejam colocadas em concordância com os desejos das pessoas', disse o sumário.
O Gallup diz que o apoio à legalização passou de apenas 12% em 1969 para 30% em 2000 e 40% em 2009. No ano passado, outra pesquisa do instituto revelou que 70% dos norte-americanos eram favoráveis a permitir que os médicos pudessem receitar a maconha como analgésico.
Em 1996, a Califórnia se tornou o primeiro Estado norte-americano a descriminalizar o uso médico da maconha. Vários outros Estados fizeram o mesmo desde então, mas as leis federais continuam classificando a erva como um narcótico ilegal.
Outra pesquisa, divulgada no mês passado, mostrou que a maconha está se tornando cada vez mais a droga preferida dos jovens adultos nos Estados Unidos. Quase 7% dos norte-americanos com 12 anos de idade ou mais disseram tê-la usado em 2010.
A pesquisa divulgada na segunda-feira pelo Gallup mostrou que os eleitores democratas são mais propensos que os republicanos a apoiarem a legalização (57%-35%o). Os homens também são mais favoráveis do que as mulheres (55%-46%).
No Oeste, Meio-Oeste e Leste dos EUA, mais de metade dos entrevistados apoiam a descriminalização. No Sul, o índice cai para 44%.

 

domingo, 16 de outubro de 2011

Grupo médico pede a legalização da maconha nos EUA.

O grupo médico questiona o valor medicinal de maconha e reconhece algum risco de saúde da sua utilização, mas insta-o ser regulamentada como o álcool.

Relatório de Sacramento - O maior grupo médico do estado está pedindo a legalização da maconha, mesmo questionando as propriedades medicinais da cannabis.

Curadores da California Medical Assn., que representam mais de 35.000 médicos em todo o estado, aprovaram a posição na sua reunião anual em Anaheim sexta-feira. É a primeira grande associação médica do país para exortar a legalização da droga, de acordo com um porta-voz do grupo, que disse que o maior número de membros foi notificado neste sábado.

Dr. Donald Lyman, o médico de Sacramento que escreveu a nova política do grupo, atribuiu a mudança à frustração crescente com a lei da Califórnia sobre a maconha medicinal, o que permite o uso de cannabis com a recomendação de um médico. Que, segundo ele, criou uma situação insustentável para os médicos: decidir se deve dar aos pacientes uma substância que é ilegal sob a lei federal.

uma posição desconfortável para os médicos", disse ele. uma questão aberta se a cannabis é útil ou não. Essa pergunta só pode ser respondida, uma vez que a maconha for legalizada e mais pesquisa for feita. Então, e só então, podemos saber o que é útil para a medicina".


Leia mais em: http://www.latimes.com/la-me-doctors-marijuana-20111016,0,179189.story


Medical marijuana dispensary